Marcus Vinícios de Carvalho Ribeiro, advogado da área do direito empresarial, do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados
Grande parte dos negócios nascem de idealização e empenho de famílias de empreendedores. As empresas familiares passam de geração em geração, muitas vezes atravessando séculos e, outras tantas vezes, incapazes de manter o êxito dos antepassados fundadores. Para a manutenção das operações, com crescimento e constante desenvolvimento, decorre a necessidade de profissionalização da gestão. Mecanismos de fortalecimento são fundamentais para a transição da cultura empírica para uma postura mais apropriada à realidade do mundo corporativo atual.
Em contraponto, as escolas e as famílias encontram dificuldades na formação dos jovens para o mundo profissional, criando gerações de sucessores desprovidos de responsabilidades e despreparados para dar seguimento à gestão das empresas. Tal fenômeno impacta diretamente na sucessão empresarial e, do mesmo modo, no avanço e na continuidade do negócio. Há vários exemplos de empresas que eram extremamente fortes e competitivas e se tornaram massas falidas por não terem preparado e estruturado a sucessão.
A sucessão é um fato inegável na vida das famílias e das empresas. Deve-se enxergar essas mudanças como uma das metas mais importantes de uma empresa, eis que não há sucessão empresarial vencedora sem o comprometimento de toda a família empreendedora. Sendo assim, faz-se necessário a criação de um programa de formação de lideranças dentro das empresas, com a especificidade de criar e delimitar valores à capacitação dos herdeiros e futuros sucessores das sociedades empresárias familiares.
A criação de filhos e filhas, netos e netas, deve estar alinhada à ideia da criação de grandes líderes gestores, aptos na administração não só das empresas, mas também das famílias. Para tanto, a adoção de mecanismos e ferramentas que garantam a sucessão e distribuição de poder é fundamental para uma transição natural e harmônica.
O êxito da sucessão nas empresas familiares está ligado ao planejamento das organizações e também ao engajamento dos sucessores e sucedidos. Só haverá sucesso com processos e medidas que garantam a formação das próximas gerações. As empresas devem se planejar para evitar que a saída do patriarca ou matriarca não seja o princípio do fim, mas apenas uma mudança natural.