Expectativa é de que mais de 2 milhões de investidores migrem para esta modalidade até o fim de 2021. Jurista do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados detalha cuidados na hora de escolher esse tipo de investimento

Visto por boa parte dos investidores como uma opção simples e barata de entrada no segmento, os fundos imobiliários acumulam dados positivos nos últimos anos. Nesta modalidade, ao invés de adquirir um imóvel e arcar com taxas como condomínio ou IPTU, por exemplo, o investidor aplica seu patrimônio adquirindo cotas de determinado fundo. Essa espécie de “condomínio de investimentos”, onde os recursos são usados para construção ou aquisição de imóveis, rendem ao investidor receita recorrente, através dos aluguéis.

E segundo o jurista Marcus Vinicios de Caralho Ribeiro, do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados, os fundos imobiliários são uma opção segura para quem deseja investir. “O empresário, cada vez mais, busca diversificar seus investimos, e esta modalidade apresenta risco baixo a moderado, garantindo rentabilidade de forma simplificada. O cenário atual e a expectativa econômica para os próximos anos contribuem para o crescimento desse tipo de investimento”, ‘avalia.

Um dos indicadores que mostram o crescimento da modalidade é o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários da B3, o Ifix, que reúne os fundos mais negociados no mercado. Em 2019, o índice subiu 36% em relação ao ano anterior. E em 2020, apesar de uma queda inicial de 12% durante a pandemia, o aumento do aluguel e a expectativa de retomada a partir de outubro trouxeram dados otimistas: houve aumento de 70,5% no número de investidores, em relação ao ano anterior.

“A rentabilidade dos fundos imobiliários ocorre, principalmente, através da renda obtida via aluguel de imóveis. O custo do aluguel, tradicionalmente, é reajustado pelo Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), que no acumulado dos últimos 12 meses subiu 23%. Isso significa que o momento é propício para esse investimento, que proporciona rentabilidade interessante. Outro fator é o retorno gradual aos escritórios, reaquecendo o aluguel comercial. A tendência, mesmo com a adoção de modelos híbridos de trabalho, é de que as empresas mantenham estruturas físicas”, avalia Carvalho Ribeiro.

De acordo com o advogado, os empresários que desejam investir nesta modalidade devem se planejar: “Com a queda da taxa Selic, os fundos imobiliários passaram a ser mais rentáveis. Mas antes de realizar o investimento é importante realizar uma consultoria para entender os riscos e benefícios do fundo, a fim de escolher a melhor opção do mercado. Avaliar questões jurídicas e contratuais, para entender a fundo riscos, direitos e obrigações também é muito importante”, indica.

Mais de 2 milhões de investidores

Pesquisas do mercado brasileiro indicam que até o fim de 2021 mais de 2 milhões de pessoas estejam investindo em fundos imobiliários. Dados da B3 mostram que o retorno médio dos componentes do indicador da B3 alcançou 6,37% no ano passado.